No Dia Mundial de Conscientização (25/06), especialista da Fundação São Francisco Xavier explica causas, tratamentos e combate ao preconceito
O vitiligo, condição que afeta 1% da população global (chegando a 2% em algumas regiões), é muito mais que um desafio dermatológico: é uma jornada emocional. Neste 25 de junho, Dia Mundial de Conscientização sobre o Vitiligo, o dermatologista Dr. Ismael Alves, da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), esclarece mitos e avanços no tratamento. “Apesar de genética, a doença não é necessariamente hereditária. E embora o estresse possa agravá-la, não é sua causa”, destaca o médico, enfatizando a importância do acolhimento psicológico e das novas terapias imunológicas, que trazem esperança a pacientes como Maria (nome fictício), de 14 anos, que recuperou 70% da pigmentação após dois anos de tratamento.
Desvendando as Causas: Genética e Gatilhos
O vitiligo surge quando o sistema imunológico ataca os melanócitos, células responsáveis pela pigmentação da pele. Dr. Ismael Alves explica que, embora a predisposição genética seja o fator principal, elementos ambientais — como estresse emocional intenso, infecções virais ou exposição a produtos químicos — podem acelerar seu aparecimento. “Mas atenção: dizer que ‘vitiligo é nervoso’ é um erro perigoso. Isso gera culpa nos pacientes”, alerta.
Tratamentos: Do Básico ao Inovador
As opções terapêuticas evoluíram significativamente:
- Fototerapia com UVB: Sessions de luz ultravioleta estimulam a repigmentação.
- Cremes imunomoduladores: Reduzem a atividade autoimune nas áreas afetadas.
- Transplante de melanócitos: Células saudáveis são transferidas para as manchas (indicado para casos estáveis).
- Medicamentos orais: Novos imunossupressores com menos efeitos colaterais.
“Já tivemos pacientes com 80% de repigmentação após terapia combinada”, comemora o dermatologista.
O Lado Invisível: Saúde Mental
Estudos revelam que:
- Crianças com vitiligo têm 3x mais risco de sofrer bullying.
- Adultos frequentemente evitam situações sociais por medo de julgamento.
“O acompanhamento psicológico é tão vital quanto o tratamento clínico”, reforça Dr. Ismael. Projetos como “Pele sem Tabu” (FSFX) oferecem suporte gratuito a pacientes e familiares.
Combate ao Preconceito: Educação é a Chave
Campanhas como #VitiligoNãoÉContagioso ganham força nas redes sociais. “Precisamos normalizar a diversidade da pele”, defende Camila (nome fictício), influenciadora que transformou suas manchas em arte corporal.