Enquanto mais de 78 mil brasileiros aguardam por um transplante, histórias como a de Paulo Henrique, de Ipatinga, mostram como a doação de órgãos pode reescrever destinos. No Hospital Márcio Cunha, a Comissão de Doação de Órgãos trabalha para vencer filas, mitos e silêncios – e você pode fazer parte dessa corrente de vida
A fila de espera por um órgão no Brasil tinha, em 2024, 78 mil pessoas. Por trás de cada número, há uma vida em suspenso – e uma possibilidade de recomeço que depende de um gesto de solidariedade em meio à dor. No Hospital Márcio Cunha (HMC), em Ipatinga, a Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante atua como ponte entre a perda e a esperança.
De acordo com o médico intensivista e coordenador da comissão, Dr. Emerson Damasceno Moura, a doação de órgãos é “um legado de amor”.
“Em um momento de luto, a decisão de doar pode salvar diversas vidas. É um ato que transforma a despedida em continuidade”, afirma.
Rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, córneas, pele e ossos estão entre os órgãos e tecidos que podem ser doados. Um único doador pode salvar ou melhorar a qualidade de vida de até oito pessoas.
Ainda assim, o Brasil enfrenta uma barreira cultural. “Muitas famílias recusam a doação por desconhecimento ou mitos”, explica Dr. Emerson.
Entre as falsas crenças estão a ideia de que o corpo fica desfigurado, que o velório é impossível ou que há comércio de órgãos – todas já desmentidas por lei e por protocolos éticos.
Dialogar é preciso
No país, a doação só ocorre com autorização familiar, mesmo que a pessoa tenha manifestado em vida a vontade de ser doadora. Por isso, a conversa em família é fundamental.
“Quando o desejo é conhecido, a família se sente amparada para tomar essa decisão”, reforça o médico.
Quem viveu para contar
Aos 16 anos, Paulo Henrique Madureira de Souza, de Ipatinga, recebeu um rim após sete anos em diálise.
“Minha vida era cheia de limitações. Não podia viajar, jogar bola, tinha uma alimentação extremamente controlada”, lembra.
Hoje, aos 30 anos, ele toca na banda da igreja, viaja e convive socialmente.
“O doador não doa apenas um órgão: doa vida.”
Como ajudar
- Converse com sua família sobre seu desejo de ser doador;
- Informe-se: a doação não altera a aparência do corpo e não impede velório;
- Compartilhe histórias reais como a de Paulo Henrique.
No HMC, toda estrutura está preparada para captação e encaminhamento de órgãos, mas a chave do processo está na conscientização de cada família.
Serviço:
Para mais informações sobre doação de órgãos, fale com a Comissão de Doação do HMC ou acesse o site do Sistema Nacional de Transplantes.
